Ao lado de lideranças comunitárias, temos participando das crescentes manifestações em defesa da moradia e contra as remoções. É evidente, para nós, o que se desenha como uma característica marcante da gestão Crivella – a aliança com o mercado imobiliário, em prejuízo das populações mais pobres e da cidade. A cada dia, mais e mais comunidades são ameaçadas, seja em nome da “urbanização”, seja pela pseudo proteção a áreas de risco, seja simplesmente para ceder espaço a altos prédios.
Este é o caso das 51 famílias que há quase cinco décadas moram na Barrinha. Em novembro, receberam a notificação de despejo e a informação de que serão removidos a qualquer momento, sem aviso prévio e sem indenização. Já em Araçatiba, em Barra de Guaratiba, três casas foram demolidas pela prefeitura e outras 60 casas estão sob ameaça. A demolição foi realizada sem ordem judicial e sem notificação prévia. Acionada, a Defensoria do Estado conseguiu parar o desmonte.
A aliança com o mercado imobiliário fica flagrante também no projeto Realengo Verde, enviado à Câmara esta semana, para votação em regime de urgência – o que deveria ser uma área verde destinada a melhorar a climatização do bairro, ao lazer e ao esporte, como reivindicado pela comunidade e prometido pelo prefeito, vai abrigar um condomínio com prédios muitos altos e equipamentos próprios. INADMISSÍVEL!
A população do Rio precisa barrar essa corrida imobiliária. A cidade não pode virar um paliteiro de edifícios, muitos destinados ao abandono, como grande parte dos imóveis. Vamos somar forças e dizer NÃO às remoções e à especulação imobiliária.
Reimont
Presidente da Comissão Especial em Defesa da Moradia Adequada.