Os espaços da cidade estão abandonados e ameaçados pela especulação imobiliária, com total apoio do prefeito Crivella. E a gente se pergunta: será que o Rio será um “paliteiro” de cimento, com mais e mais imóveis?
Infelizmente, parece que esta é a intenção do prefeito. Tentou e tenta fazer isso em áreas ocupadas, como Rio das Pedras e a comunidade da Muzema, e também em espaços verdes, como o Parque do Realengo e a exuberante Floresta de Camboatá, em Deodoro.
Agora, Crivella anuncia o plano de privatizar a Praça Mário Lago, no Centro, uma área de 2,5 mil m², popularmente conhecida como Buraco do Lume. A iniciativa ocorre um mês depois de parte do terreno, cujo espólio pertenceria a Bradesco Seguros, ser vendido em leilão, em São Paulo. Segundo O Globo, o negócio foi fechado por R$ 8,4 milhões e teve um único candidato/comprador, cujo nome é mantido em sigilo.
Para obter o apoio da Câmara dos Vereadores, Crivella justifica que a praça é um “espaço vazio, cuja ocupação fica por conta da população em situação de rua”. O prefeito demonstra preconceito, como se os empobrecidos não tivessem direito às praças, e despreza o conceito de ocupação social, que também é feita por debates públicos, shows, futebol, feiras de artesanato, manifestações civis.
Nessa desinformação, o prefeito aproveita para omitir as intenções do projeto, que está coberto por tanto mistério que nem passou pela análise dos técnicos da Secretaria Municipal de Urbanismo. Qual o objetivo de liberar mais construções no Centro, onde existem centenas de salas vazias? Responde, Sr. prefeito!